Uma conversa sobre sapos




Aos sapos, um brinde. Há quem tenha medo; outros, extremo pavor. Podem ser enrugados, com aspecto assustador. Seriam eles nossos inimigos? Merecedores de tanto rancor? É preciso se atentar: pela nossa qualidade de vida, aos sapos devemos prezar.

Eles desempenham grandes funções naturais: predam insetos e outros pequenos animais. E qual a relação dos sapos com nossa qualidade de vida? Eles simplesmente fazem algo melhor do que um inseticida. Caçam baratas, aranhas, moscas, escorpiões — e o melhor: atuam de graça! Caçam durante a noite e nos livram de muitas pragas.

Infelizmente, eles estão desaparecendo. São seres extremamente importantes, mas aos poucos estão morrendo. Desmatamento, poluição, uso de agrotóxicos e mudanças climáticas são algumas das causas que levam ao fim dos sapos — e, com isso, nos colocam em uma caminhada errática.

Quando uma espécie é extinta, cria-se um grande efeito cascata. Uma depende da outra e, quando uma desaparece, surge uma cilada. Cria-se um vazio na teia alimentar e aquela espécie extinta deixa de ocupar o seu lugar.

Se os sapos desaparecerem, pode escrever: mosquitos, pernilongos, aranhas e escorpiões vão vencer. Sem seus predadores naturais, que são os sapos, esses animais terão cada vez mais espaço. Por isso, proteja os sapos. Há quem diga que eles são feios. Mas pergunto, com certo receio: quem diz isso já se encarou no espelho?

Juliano Schiavo é professor, escritor e jornalista. É idealizador do projeto MoVer – Movimento Verde, que visa sensibilizar as pessoas sobre a importância da preservação ambiental. Contato: jssjuliano@yahoo.com.br / @juliano.schiavo

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