Precisamos falar sobre responsabilidade emocional




Escrevo esse lembrete: é preciso ter responsabilidade emocional. Embora não sejamos responsáveis pela forma como os outros se sentem, temos o dever e a hombridade de termos cuidado com nossas ações e palavras, principalmente, as que afetam o emocional alheio.

São gestos simples e assertivos que fazem a diferença: colocar-se no lugar do outro; buscar compreender limites; se posicionar; ter ciência de que temos responsabilidade sobre as expectativas que geramos; buscar o autoconhecimento; e, principalmente, dizer o que se deseja, expondo e defendendo um posicionamento de forma clara e objetiva, sem gerar conflitos. Esses são os primeiros passos para que possamos criar um ambiente seguro de responsabilidade emocional.

Temos um poder imenso, uma grande autoridade em nossas ações. Afinal, somos responsáveis sim pela forma como nos expressamos ou deixamos as palavras sumirem ou se destacarem. Uma palavra proferida, encaixada num lugar que não convém, pode ser o estopim para ferir alguém. Há palavras que machucam, que penetram, que nos inundam de sentimentos dolorosos.

Há também silêncios que nos confundem, principalmente quando se espera uma posição. É algo tão aterrador, pois gera expectativas. Se a intenção é dizer não, não devemos jamais ficar com meias palavras. Isso é ter responsabilidade emocional. Proferir o não, quando se quer dizer não, é essencial para respeitar o sentimento alheio: a outra pessoa tem o direito de não ser ludibriada ou criar falsas expectativas. É tóxico criar esperanças onde não há futuro.

Portanto, cabe a cada um de nós buscarmos o equilíbrio para respeitar o espaço alheio e, inclusive, o nosso. Se observarmos que ali não nos encaixamos, ou que algo não nos convém, ou ainda temos recebido migalhas de relações a qual nos desdobramos, temos o dever de nos distanciar. É pelo nosso bem-estar. A responsabilidade emocional também deve ser algo que praticamos com nós mesmos: quando o outro não a tem, por que insistir em uma relação tóxica? Cabe essa reflexão.


Juliano Schiavo é escritor, professor e jornalista. É autor do livro Tapa na Cara: Reflexões, Depoimentos e Orientações para o Bem-Estar; Também é autor do livro O Menino que Semeava Histórias. Contato: jssjuliano@yahoo.com.br – Americana/SP

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