Quais sonhos você deixou de sonhar?



Quais sonhos você enterrou? Esse questionamento, martelador, tem implicação direta no quanto nos permitimos nos carregar, diariamente, com uma dose de motivação. E isso está relacionado a cativar e cultivar sonhos, para seguirmos em frente nessa caminhada que é a vida.
Ao nos anestesiarmos de sonhar, deixamos de lado nossa essência. Apagamos nosso eu criança. Nos esquecemos que se não houver uma fagulha de motivação, de algo que nos impulsione, tudo fica apagado, sem brilho, ofuscado pelas névoas dos hábitos engessados.
“Quando perdemos os sonhos, nós ficamos secos como um graveto. Por fora, dá para saber que é um pequeno ramo, que um dia esteve vivo, sabe? Mas por dentro, não tem mais seiva, não tem mais aquela magia que faz, no surgir da primavera, brotar uma folha, nascer uma flor. Quem não sonha, deixa de florescer. Seca. Deixa de ser ramo que guarda folhas e flores. E fica cada vez mais fino, feito graveto, até que, com o tempo, volta à terra. Vira poeira. Acredito que ninguém quer ser poeira estando vivo. Por isso eu nunca deixei de sonhar”. Esse trecho, extraído do livro O Menino que Semeava Histórias, capta a essência de não deixarmos nossos sonhos morrerem – pelo nosso bem-estar.
Não somos nosso emprego, status social, diplomas ou posses. Se passarmos uma borracha nesses pontos, o que haveremos de ser? Se não soubermos responder qual a nossa essência, há algo que precisamos repensar. Se não lembrarmos o que nos motiva, há algo urgente que devemos questionar.
Afinal: quais sonhos você deixou de cultivar? Quando você se tornou a sua profissão e esqueceu do seu eu? Qual foi a última vez que você se permitiu sonhar? Quando deixou o seu eu criança se perder nas atribulações diárias? São perguntas necessárias quando o foco é estar bem. E cabe a cada um respondê-las.
Juliano Schiavo é professor, escritor e jornalista. É autor do livro O Menino que Semeava Histórias. Contato: jssjuliano@yahoo.com.br. Americana/SP

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