As palavras e a magia





Você já pesou as suas palavras? As colocou numa balança e verificou o quanto elas podem sufocar ou machucar alguém? Embora sejam palavras, elas têm magia. Criam em nossas mentes toda uma história que, muitas vezes, acatamos como verdades inabaláveis, que nada mais são do que construções imaginárias, porém com um poder enorme a ponto de anular sonhos, mudar rumos e interferir em escolhas.

"As palavras são como flechas: podem fazer grandes estragos e muitas delas ainda estar envenenadas. Qual o legado que você quer deixar ao mundo? Já parou para pensar que o que sai de sua boca pode estar enevoando sonhos, tornando-os mais embaçados de serem enxergados?". Esse trecho, extraído do livro O Menino que Semeava Histórias, de minha autoria, representa muito bem o que as palavras podem fazer sob determinada ótica. Machucar, envenenar, destruir.

Embora não palpáveis, elas são as engrenagens que movimentam nosso dia a dia: incontáveis vezes conversamos internamente usando-as para entender o mundo que nos cerca. E também conversamos com as outras pessoas, nos comunicando. A partir dessa troca, ou mesmo de uma conversa interna, entendemos a realidade a partir de uma significação que damos ao que vivemos, pensamos ou imaginamos.

Por isso, é de grande importância pesar as palavras. Saber escolhê-las antes de soltá-las ao vento ou dar vazão a elas em nosso interior. A intenção por trás delas faz toda a diferença. Podem fazer sorrir ou mesmo chorar. Podem aliviar amarguras ou amplificar. Assim como um remédio se diferencia de um veneno pela dose, o uso das palavras corretas faz toda a diferença entre ser uma pessoa que sabe ser assertiva, se posicionando com polidez, ou ser uma pessoa grosseira, que se julga autêntica, porém não passa de alguém que só sabe dar coices. Nesse caso, recomendo uma boa ferradura. E você, tem pesado as suas palavras?

Juliano Schiavo é jornalista, escritor e professor
Americana / SP

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