Qual o valor de suas palavras? De que forma elas se materializam, ou não?
Qual o peso que você dá a suas promessas? Elas se transformam em realidade, ou
ficam apenas no “vou fazer”? Essas e outras perguntas são sempre muito
importantes de serem feitas todos os dias para nos lembrar: de que forma projetamos
a pessoa que somos ao mundo? De que maneira buscamos melhorar a realidade que
nos cerca cumprindo com o que nos propusemos a fazer?
Isso porque, nesses tempos novamente sombrios que vivemos, tem-se a
sensação de que existe um enfraquecimento do poder da palavra: as promessas parecem não valer. E o que isso
implica? Em uma sensação de que é difícil confiar no outro.
A vida me ensinou que é preferível receber um sonoro não a ouvir
promessas vazias. E também é necessário dizer um não, quando realmente não
existe possibilidade de se cumprir algo. Não precisamos de encantadores, que
tudo prometem e nada cumprem. O que precisamos é novamente honrar o “fio do
bigode”, ou seja, uma expressão surgida há muito tempo que consistia em honrar
a palavra dada com um fio do próprio bigode. Assim, o que se dizia, valia muito
mais do que qualquer contrato escrito. Está faltando isso.
Confiança é algo difícil de se criar. Mas muito fácil de se esfacelar.
Pessoas que tudo prometem, que manipulam o outro, que brincam com as palavras
para conseguir algo e, depois de tudo isso, nada cumprem, estão apenas
mostrando a verdadeira face oculta: são aproveitadores. E hora ou outra a
verdade sempre bate à porta. A pergunta que deixo no ar: quem perde com isso?
Nesse mundo cada vez mais tomado por pensamentos nebulosos e que beiram
o doentio, nada mais sensato do que honrar as palavras. Afinal, como tentar
mudar nossa realidade se nem as promessas cumprimos? É algo a se pensar.
Juliano Schiavo é jornalista, escritor e biólogo
Americana - SP
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