Crônica de uma morte anunciada



Hoje pela manhã acompanhei o Desfile Cívico de 7 de Setembro na cidade de Nova Odessa, Preparado com muito carinho pela Administração Municipal e abraçado com muito amor pelos 26 grupos que desfilaram, o sentimento que pude observar, nos olhos de quem acompanhava o desfile, era nítido: orgulho pelos mais nobres motivos.

Naquele momento eu vi a singeleza das lágrimas que corriam pelo rosto de uma mãe, emocionada, ao ver seu filho desfilar. Acompanhei os rostos daqueles que observavam, maravilhados, todo o desfile. Me encantei com o coral da Terceira Idade e com a Banda Municipal Professor Gunars Tiss apresentando o Hino Nacional. Me arrepiei com a apresentação dos alunos da Apae, com sua bela performance para o Hino da Independência.

Foram tantos flagrantes de felicidade, tantos momentos bonitos, que o mínimo que posso fazer é parabenizar a todos os que proporcionarem esta ocasião única, que rompe a rotina do cotidiano.

E quando voltei os olhos para as bandeiras hasteadas, flamejando ao sabor do vento, senti uma tristeza. Tristeza por saber que em Americana, cidade vizinha a Nova Odessa, seus conterrâneos não puderam ter esse mesmo orgulho dos novaodessenses.

Não consigo acreditar ainda. Americana, uma cidade que foi referência em diversos setores, hoje está apática, apagada, morrendo. Afogada em dívidas que passam dos R$100 milhões, a crise não atinge apenas os cofres públicos, pessimamente administrados por um “prefeito” que, enquanto maquiava a cidade, destruía tudo.

A crise atinge o coração daqueles que conheceram uma cidade diferente, que tinha em seu espírito a alegria do desenvolvimento. Americana se tornou a cidade do “já foi”. Já foi referência em Cultura, com seus festivais de música e teatro. Já foi referência em Saúde, com seu Hospital Municipal e também com as ações preventivas. Já foi referência em Educação de qualidade, com suas escolas em período integral. Já foi referência em programas habitacionais. Enfim, já foi referência em qualidade de vida.

Hoje, neste 7 de Setembro de 2014, Americana demonstrou mais uma vez sua realidade: ao invés de proporcionar a sua Independência, trouxe um sabor de Morte. Morte do orgulho de termos tido uma cidade em que era possível sim encher o peito e falar de tantas coisas boas que aconteciam.

Triste é saber que a cidade continua nas mãos daquele que a destruiu... E pensar que, em 2010, eu já havia feito uma previsão:http://julianoschiavo.blogspot.com.br/2010/01/entre-gigantes-e-reflexoes.html

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