Resenha do livro Suicidas, de Raphael Montes


Eis que num giro do tambor, está lançada a sorte. Uma bala. Sete outras chances de se ouvir apenas um clic. Uma roleta russa, cujo final está selado. É assim que, com maestria, Raphael Montes vai costurando um texto ágil, que envolve o leitor em seu livro de estreia: Suicidas.
O livro revela em suas páginas a história de nove jovens que decidem morrer. Lançado este ano, Suicidas foi revelado no 1º Prêmio Benvirá de Literatura 2010, que contou com 1.932 inscrições. Neste emaranhado de textos, o livro ficou entre os dez finalistas, recebendo elogios de todos os jurados, como atesta Thales Guaracy, diretor editorial da Saraiva. Em especial, do premiado crítico, escritor e jornalista Nelson Oliveira que, na ocasião, expôs sua visão: "Normalmente não gosto muito de policial, ainda mais para prêmio", disse na época. "Mas gostei muito deste - eu o consideraria".
Denso e de fácil assimilação, o texto flui porque prende o leitor, mesmo o não familiarizado a romances policiais. Traz em seu cerne os conflitos da juventude, com aquela rebeldia típica de quem, ante a todos os anseios, tem o mundo à frente, mas não sabe o que fazer para seguir adiante.
É um livro policial, cujos desdobramentos se revelam num encontro das mães dos suicidas, no diário da personagem principal e, também, num livro-registro do que se sucedeu num porão, enquanto nove jovens – entregues aos seus próprios dilemas e desejos – decidiram se suicidar, mesmo que num sentido figurado, como vão atestar os leitores.
Cheio de reviravoltas, Suicidas é uma leitura apropriada para quem admira histórias inteligentes, bem trabalhadas e, principalmente, dos que gostam de ter a sensação de vivenciar as cenas por meios das descrições, tão bem lapidadas, que é possível ouvir o tiro que tinge as páginas da cor rubra da morte. Gire o tambor do revólver e tenha certeza: a leitura vai balear em cheio.



SUICIDAS
Autor: RAPHAEL MONTES
Gênero: Ficção
Número de páginas: 488
Preço: R$ 34,90
Editora: Benvirá

Um porão, nove jovens e uma Magnum 608. O que poderia ter levado universitários da elite carioca – aparentemente sem problemas – a participar de uma roleta-russa? Um ano depois do trágico evento, que terminou de forma violenta e bizarramente misteriosa, uma nova pista, até então mantida em segredo pela polícia, ilumina o nebuloso caso. Sob o comando da delegada Diana Guimarães, as mães desses jovens são reunidas para tentar entender o que realmente aconteceu, e os motivos que levaram seus filhos a cometerem suicídio. Por meio da leitura das anotações feitas por um dos suicidas durante o fatídico episódio, as mães são submersas no turbilhão de momentos que culminaram na morte de seus filhos. A reunião se dá em clima de tensão absoluta, verdades são ditas sem a falsa piedade das máscaras sociais e, sorrateiramente, algo maior começa a se revelar.

Comentários

  1. Li em dois dias!!
    Denso, Tenso, Intenso!!
    Mereceu resenha também no meu blog!!!
    Chegue lá, Juliano!!!
    Abraço!!

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