Diário de um bixo


Quando corri os olhos pela lista de chamada, no dia 18/02/10, vagarosamente uma emoção tomou conta de mim. Um misto de ansiedade, medo e dúvidas escorria pela tela do computador até chegar no curso escolhido: Ciências Biológicas - Licenciatura Plena - UFSCar Araras.

Desci linha a linha e eis que lá, preto no branco, reluzia meu nome. E, com ele, uma onda de felicidade, que contagiou meus pais, minhas tias, meu primo, meus amigos e, principalmente, eu. Sorri. Chorei por dentro. Me emocionei.

No dia 21 de fevereiro visita ao campus com minha mãe, minha tia e meus amigos Thaís e Eduardo. A primeira vista, uma porteira. Depois um caminho de paralelepípedos, infinitamente gigante, envolto por abacateiros e cana de açúcar. O carro trepidava e meu coração acelerava.

Na segunda-feria, matrícula. Fui com meu pai. Camiseta verde, bermuda marrom, allstar branco, documentos na mão. Cheguei antes das nove. Senha 3. Fui à sala, entreguei documentação. Na saída, o que era camiseta verde, ganhou outras cores. O rosto limpo se transformou numa tela com guache verde, rosa e vermelho. Eu me senti com 17 anos, leve, feliz, um verdadeiro bixo.

No dia 1, eis que piso na UFSCar: Dia da integração. Vou ao auditório, ouço o diretor e coordenadores de curso e, em seguida, ganhamos etiquetas, onde colocamos nossos nomes. Levantei da poltrona, sai do auditório, comi pão de queijo e um pedaço de bolo oferecidos para nossa recepção. Meu rosto novamente foi pintado. Conversando com algumas veteranas, eis que elas me olham de alto a baixo: estava com camiseta vermelho e cabelos desgrenhados. Pensaram um pouco, matutaram. Surgiu um apelido: Kurupira.

Momentos depois lá estava todo mundo dançando uma música maluca, meio caribenha, que quero saber o nome. Teev também uma espécie de "coelhinho sai da toca", mas era um versão de pássaros loucos, ou algo do tipo. Em seguida, trenzinho. E brincadeira de roda, mais pintura no rosto, diversão. Um pessoal muito animado e receptivo.

No dia 2 chego atrasado 15 minutos (coisas de van). Entro na sala, lotada. Uma professora com ares possessos passa uma lista infinita de materiais que nunca ouvi o nome e a qual tive que copiar com muito esforço, uma vez que a letra era pequena demais. Dá instruções. Bota medo. Aplica exercícios de química, física e biologia. Tenta segurar a classe, em plena efervescência típica de ensino médio (o que muito me assustou). Enfim, tudo não passou de uma brincadeira. A professora era uma veterana. Em seguida, uma parada para comer frutas, uma gingana, um pouco de dança e, por fim, para coroar o dia: elefantinho. A noite voou. E vai ficar nas boas lembranças.

Comentários

  1. Oi Juliano! Estou adorando ler o seu blog! Quando crescer quero ser igual a vc! hauahauhaua! Falando sério, que bom saber que você curtiu a integração! O primeiro dia foi "meio" que no improviso, algumas coisas não deram certo, mas no fim foi muito legal! Ah, só para te corrigir, a professora fajuta é uma veterana sua, e não funcionária. Bom, a gente se cruza pelos caminhos da vida (ou do campus) Bjus!

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  2. Aee Valeu! Já corrigi la! Até pra funcionária ela interpretou bem (os veteranos q me disseram que ela era funcionária) ahhahaha
    =)

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