R$ 1 de papel


Como não tenho muito o que falar e só vim aqui depositar algumas palavras, eis que trago a tônica do fim da nota de um real. Sei que essa decisão foi tomada há bastante tempo, mas não me conformo com o fim.

Apesar de muitas vezes achar que nasci na geração errada (queria ter nascido nas próximas), às vezes bate saudades daquela nota verdinha, com um beija-flor atrás e, melhor ainda, que não pesava na carteira, como as famigeradas moedas. Além de pesarem, tilintam nos bolsos e nos entregam.

Com o R$ 1 de papel eu comprava um Kinder Ovo. Ia no bar e voltava com 30 balas (3 por R$ 0,10). Ou 100, caso fosse aquelas balinhas de R$ 0,01, miudinhas em tamanho, mas portentosas em sabor. Com R$ 1 de papel, eu me sentia o máximo, sem aquele aspecto de contador-de-moedas-em-fila-de-supermercado-que-irrita-todo-mundo. Eu podia andar com a carteira sem chamar atenção. Caminhar felinamente, sem ser notado.

Agora, com as moedas de R$ 1, caminho feito um bode com sino no pescoço. Faço carregamento de peso. Não compro mais o Kinder Ovo (subiu o preço) e, por fim, transformei-me no famigerado contador-de-moedas-em-fila-de-supermercado-que-irrita-todo-mundo. Sinto falta do R$ 1 de papel!

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