Dentes e falas estranhas


Hoje fui ao dentista e confesso: esta é uma profissão que, além de entender de dentes, tem que entender de falas hebraicas. Chego no consultório esbaforido (quatro lances de escada para chegar no 2º andar), aperto o interfone, entro. Espero pacientemente o meu horário.
A porta abre, sai um cara sorrindo. Isso é coisa típica de dentista, que extrai dos pacientes três tipos de riso: nervoso de medo, amarelo pelo valor do tratamento e feliz para exibir os novos dentes. Eu me enquadro em dois tipos: amarelo pelo valor e feliz por exibir os dentes. Ok. Um pinguinho de nervoso de medo também, mas é mínimo.
Entro no consultório, sento na cadeira com sua luz que cega. Abro a boca e lá vai o motorzinho. Umas agulhadas bem de leve me dão um choque. Normal. A dentista restaura meu colo do dente canino esquerdo. Elimina uma "semi-cárie" no dente do fundo. Me pergunta algumas coisas, que sou obrigado a gaguejar com a boca aberta, a língua presa por um espelhinho e a impossibilidade de engolir a saliva. É, tem coisa que só dentista pode entender: restauração de dentes e falas em hebráico.

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