Tenho cá comigo que mudamos muita coisa ao nosso redor ao
sorrirmos e, inclusive, ao fazer os outros sorrir. Pode parecer algo bobo,
singelo, sem muito sentido. Mas como é bom ser recepcionado por alguém que traduz
sentimentos em uma expressão calorosa. Que nos olha nos olhos com aquele brilho
radiante e nos faz sentir próximos apenas com um leve esgar de sorriso. E como
é gostoso ver que nossa presença agrada e somos benquistos.
Tenho cá comigo que isso é muito bom e que modifica o mundo
ao nosso redor. Em meio a tantas coisas ruins que somos bombardeados, a medos que
temos que suportar calados, a tanta intolerância que surge gratuitamente, vejo
o sorriso como algo transformador. Esse é meu jeito de pensar e não quero impô-lo.
Cada um é cada um e sabe de suas possibilidades. Cada pessoa sabe o que carrega
dentro de si e o que pode oferecer aos outros.
E se cada um é um mar de possibilidades, não consigo
entender o que algumas pessoas ganham em ser grosseiras. Em ter em suas bocas
não um sorriso para acolher, mas uma frase para ferir. Usam a grosseria para se
dizer autênticas. Para se impor, sem se importar a qual custo. O que estão
semeando de bom com a mensagens amargas e rancorosas?
Não vejo motivo para se vangloriar pela grosseria, pelas
palavras ácidas, pelo coice dado gratuitamente. Isso não é ser autêntico, ou
muito menos ter uma sinceridade fora do comum. Isso recebe um nome simples:
falta de educação. É não entender que as palavras machucam e que há formas de
se falar algo, sem ofender ou machucar. Quem ofende gratuitamente precisa
seriamente de amor próprio e uma dose cavalar de empatia. Talvez seja
necessário explicar o que seja essa palavra: é se colocar no lugar do outro. É
algo que o mundo precisa, urgentemente.
Juliano Schiavo é jornalista, escritor e biólogo
Americana - SP
Comentários
Postar um comentário